O Acordo de Paris, firmado pela COP21, em 2015, traçou rotas de descarbonização para o planeta, propondo que até 2050 o mundo deixe de emitir mais CO2 (dióxido de carbono) do que se retira da atmosfera. Foi nesse mesmo período em que a Toyota lançou seu Desafio Ambiental Global 2050 para trazer à sociedade impactos positivos em vários aspectos.
Por meio dessa meta, a Toyota do Brasil vem se juntando a uma lista de empresas brasileiras que já investiram, só de 2018 para cá, cerca de US$ 1,3 bilhão em 145 iniciativas de redução de emissões no País, que equivale a uma média de R$ 130 por tonelada de CO2 evitada. Segundo dados do Cebds (Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável), essas iniciativas estão relacionadas sobretudo à eficiência energética dos processos produtivos das fábricas.
Não por acaso, de olho em soluções cada vez mais sustentáveis, que vão ao encontro do Desafio 2050, a companhia, com base no conceito Ecofactory, tem implementado melhorias produtivas como estratégia de baixo carbono. Desse modo, combina uma série de tecnologias, kaizens (filosofia de melhoria contínua dos processos de manufatura) e o engajamento dos colaboradores.
O passo inicial nesse sentido foi na planta de Sorocaba, inaugurada em 2012. A fábrica foi a primeira da marca no País em que todo o projeto construtivo do local adotou conceitos de ecoeficiência de padrão mundial, sem impactar a qualidade de vida dos habitantes do município e cidades vizinhas ou gerar riscos de qualquer contaminação ambiental.
Além disso, com a chegada da unidade na cidade, o entorno recebeu um grande aporte em reflorestamento. E há mais: ao longo dos anos, a unidade realizou investimentos da ordem de R$ 6 milhões destinados à construção e manutenção do Parque Natural Municipal Corredores da Biodiversidade Marco Flávio da Costa Chaves (PNMCBio) para compensar os impactos ambientais da fábrica.
A planta de Porto Feliz, por sua vez, inaugurada em 2016, também utiliza o conceito de Ecofactory. Ali, anualmente são reduzidas as emissões de resíduos gerados e a emissão de CO2, além de maximizar a reutilização de águas pluviais e a preservação da área de mata nativa.
Energia renovável e fundição orgânica
Dentre os principais projetos ambientais de Porto Feliz estão a substituição da areia de fundição orgânica pela inorgânica, menos impactante ao meio ambiente, além da inserção do sistema de produção compacto onde os três processos industriais ficam dentro de um único local (fundição, usinagem e montagem), o uso de energia solar na iluminação dos espaços externos e o uso de água pluvial nos banheiros.
E ainda para aumentar a sua eficiência energética, a unidade de Porto Feliz, assim como todas as demais plantas da Toyota, consome 100% de sua energia elétrica de fonte renovável, proveniente de energia eólica, que garante zero emissão de CO2 e contribui ainda mais para o meio ambiente.
Certificação ISO 14001
As iniciativas não param por aí: a companhia investe na obtenção e na manutenção de certificações em padrões de gestão, como a norma ISO 14001. A primeira ocorreu em 1999 na planta de São Bernardo do Campo, seguida por Indaiatuba em 2001, Sorocaba em 2012 e Porto Feliz em 2013. Todas passaram por processos de modernização tecnológica, proteção ambiental e engajamento e sensibilização dos colaboradores quanto à cultura de melhoria contínua, com kaizens em diferentes áreas.
“Por meio de todas essas medidas, a Toyota assume e reafirma o compromisso perante a sociedade de zerar as emissões de CO2 nas fábricas até o final de 2020”, lembra Viviane Mansi, diretora de Comunicação e Sustentabilidade da Toyota do Brasil. Para isso, complementa a executiva: “Desde 2015 compramos energia 100% renovável, minimizamos o uso da água nas fábricas e seguimos na melhoria do desempenho regional em resíduos gerados nas unidades”.
Anualmente, a Toyota do Brasil tem como compromisso a redução de, no mínimo, 2% da emissão de CO2 na fabricação de veículos e componentes, dividida por seção. Cada área sabe exatamente quanto precisa contribuir para atingir a meta. Na logística de distribuição de veículos, por exemplo, hoje responsável por grande parte das emissões da companhia, foi implantado o modal ferroviário entre Santos e Suzano (SP) para o transporte de peças importadas para as fábricas do interior de São Paulo.
Emissão de Gases do Efeito Estufa nas fábricas (Kg/unidade)
2016/2017 | 2017/2018 | 2018/2019 | 2019 | |
São Bernardo do Campo | 4,95 | 4,21 | 3,48 | 3,12 |
Indaiatuba | 63,78 | 51,85 | 50,28 | 57,65 |
Sorocaba | 55,48 | 43,98 | 40,45 | 38,48 |
Porto Feliz | Não operacional | 9,34 | 9,62 | 7,8 |
Baixo impacto no uso de veículos
Como indicativo deste novo rumo sustentável e proteção do meio ambiente, a Toyota lançou em 2013 o Prius, pioneiro no mercado brasileiro e o híbrido mais vendido no mundo. Com a missão de popularizar a tecnologia no País e integrar o objetivo da marca em reduzir a emissão de gases do efeito estufa, o modelo ainda contava com 85% das peças totalmente recicláveis, modeladas por injeção de origem animal em vários pontos, e componentes reutilizáveis. Foi considerado um dos mais verdes do mundo.
No ano de seu lançamento no mercado nacional, foram vendidas 323 unidades. E com esse desafio de oferecer produtos e serviços de mobilidade cada vez mais sustentáveis, eficientes e tecnológicos, em 2019, a Toyota apresentou mais dois veículos híbridos, o SUV RAV4 e o sedã Corolla, este o primeiro híbrido flex do mundo. Ambos caíram no gosto do brasileiro e fecharam 2019 com 60% do total de modelos híbridos vendidos pela marca, com 3.161 e 3.635 unidades, respectivamente. Até 2025, a Toyota pretende ofertar uma versão híbrida para cada modelo de seu portfólio, tudo em prol de uma mobilidade mais diversificada e sustentável.