Por Alex Simões*
A indústria automotiva é um dos setores que passa por uma grande transformação. A busca por novas fontes de energia e paralelamente, os esforços que observamos de montadoras se posicionando cada vez mais como provedoras de soluções de mobilidade, e não puramente uma fabricante de veículos, norteiam o nosso futuro não muito distante. E parte desta mudança se dá em razão de dois fatores: a mudança comportamental da nova geração e a sustentabilidade como única alternativa para a sociedade do futuro, considerando energias mais limpas e menos impactos negativos ao Meio Ambiente.
Diante desse contexto, podemos considerar a tecnologia como uma grande aliada na busca por novas fontes de energia. Graças a ela, hoje temos veículos elétricos, híbridos, híbridos flex, híbridos plug-in, movidos a gás natural e até mesmo a células de hidrogênio. No caso do utilizado pela Toyota no Corolla, que foi o primeiro veículo híbrido no mundo com motor flex, temos a combinação de tecnologias inovadoras tanto nacionais como estrangeiras.
Mas como funciona o sistema híbrido flex que equipa o modelo? A combinação de três motores, sendo um a combustão (gasolina/etanol) de 1.8L e dois elétricos (MG1 e MG2), garantem economia, aceleração suave, conforto ao rodar em qualquer tipo de condução e principalmente, uma solução totalmente sustentável e tecnológica, e que não precisa ser carregada na tomada, como os modelos plug-in e elétricos.
E como as baterias são carregadas para alimentar os motores elétricos? Muito do que é desenvolvido nas competições automobilísticas de ponta, como a F1, é utilizado futuramente nos veículos de passeio. Prova disso são os freios regenerativos que acumulam energia cinética gerada pelas frenagens/desacelerações e a transformam em energia elétrica, alimentando assim a bateria híbrida. Essa combinação permite maior autonomia ao modelo no modo elétrico e auxilia na economia de combustível.
Além disso, a bateria híbrida de níquel-hidreto metálico, localizada embaixo do banco traseiro, permite reduzir o centro de gravidade do veículo, aprimorando a estabilidade na condução e não comprometendo o espaço interno do automóvel. Já a transmissão Hybrid Transaxle, que funciona por meio de um conjunto de engrenagens planetárias, elimina perdas e atritos, entrega uma aceleração mais linear, sem desperdiçar energia e contribui ainda mais para a eficiência energética.
Toda essa tecnologia por trás dos híbridos começou com um modelo pioneiro no Brasil. O Prius, lançado em 2013 no País, apresentou para o consumidor brasileiro que era possível unir sustentabilidade às inovações tecnológicas para proteção do Meio Ambiente. E futuramente, até 2025, a previsão é de que exista pelo menos uma versão híbrida de cada veículo do portfólio da Toyota, rumo à emissão zero de gases que provocam o efeito estufa.
*Alex Simões é instrutor técnico na Toyota do Brasil.